Prevenção e recuperação de áreas queimadas

I Jornadas do Projeto TERRAMATER: Medidas inovadoras de recuperação preventiva em áreas ardidas

Grande expectativa no dia da apresentação do projeto, com sucesso da assistência

O Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação (More Colab) no Brigantia Ecopark (Bragança, Portugal) acolheu no dia 1 de outubro, as “I Jornadas do Projeto TERRAMATER: Medidas inovadoras de recuperação preventiva em áreas ardidas”, referentes a um projeto transfronteiriço onde foram apresentadas diferentes alternativas para a recuperação das funções ambientais e produtivas de áreas ardidas, acelerando os processos ecológicos, reduzindo perdas de solo por erosão e aumentando a sua resistência face a novos episódios de incêndio.

O projeto Terramater é resultado da conjugação de esforços entre Portugal e Espanha no sentido de atingir uma gestão sustentável das áreas afetadas e de manter ativo o intercâmbio de experiências levadas a cabo em ambos os lados da fronteira, como contributos essenciais para promover uma efetiva colaboração ibérica na luta contra os incêndios, problema que assola recorrentemente e com maior intensidade estas regiões de ambos os países.

Acreditaciones

As Jornadas tiveram mas de 65 participantes, representantes de 15 instituições públicas e privadas: Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação (MORE), Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN),   Comisão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Câmara Municipal de Bragança (CMB), Câmara Municipal de Mirandela (CMM), Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (ZASNET), Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), Grupos de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS/GNR),  Asociacion Forestal de Galicia (AFG), Associação Agro-Florestal e Ambiental da Terra Fria Transmontana (ARBOREA), Associação Portuguesa de Ciências Forenses  (APCF), Associação Florestal Terras de Montanha (AFLOTM).

As Jornadas foram apresentadas pelo professor do IPB, Tomas de Figueiredo, responsável pelas atividades a desenvolver no distrito de Bragança, que reforçou a importância de “melhor conhecer para atuar de forma mais eficaz”. Entre as atividades a desenvolver no projeto destacou a: i) Identificação de questões legais em cada país, elaboração de cartografia temática de norte de Portugal e sur de Galizia, ii) Definição de parcelas piloto: caracterização física, química, microbiológica e mineralógica, iii) Desenho de corretivos e fertilizantes: caracterização e realização de ensaios, iv) Monitorização das parcelas e análises de resultados. Anunciou igualmente que as áreas piloto que vão ser instaladas em breve em diferentes locais do distrito de Bragança, serão representativas da terra fria de Tras-os-Montes.

Na apresentação das Jornadas, interveio também a diretora regional do ICNF, Arq. Sandra Sarmento, reforçou que a problemática dos incêndios em Portugal passa pelo diálogo com a população rural, o que vem contribuindo nos últimos 2 anos, depois dos devastadores incêndios de 2017, para uma melhor articulação das instituições públicas e privadas na gestão desta problemática. Em seguida, o Presidente da Câmara Municipal de Bragança, Dr Hernâni Dias, destacou o caráter transfronteiriço do projeto, assim como a necessidade de que o projeto contemple também zonas não integradas em áreas protegidas já que, ao não ter nenhuma figura de proteção, são as mais susceptíveis à ocorrência de incêndios do distrito. 

As Jornadas tiveram como convidado o professor Fernando Santos, catedrático de Edafología e Química da Universidade de Salamanca (USA), que manifestou preocupação pelo facto de o solo, como principal reservatório de C das terras emersas do planeta, só recentemente ter sido reconhecido como sumidouro de C pela IPCC. Acrescentou que as determinações do C facilmente oxidável dos ácidos húmicos podem estar sobreestimadas, sendo necessário avaliar o C recalcitrante dos solos.

Professor Fernando Santos

A professora do IPB, Felicia Fonseca, mostrou de forma clara as numerosas  investigações desenvolvidas nos últimos anhos no IPB sobre os impactos dos fogos nos processos e propriedades do solo. Assinalou que as áreas ardidas maiores no distrito de Bragança correspondem a áreas de matos, onde os solos são pouco desenvolvidos, o que mantém elevado o risco de incêndio nessas áreas depois do período de recuperação que se segue a cada evento.

Professora Felicia Fonseca (IPB)

Por ultimo, o professor Felipe Macías, catedrático emérito da Universidade de Santiago de Compostela (USC), destacou que das três etapas chave associadas à Problemática dos incêndios (prevenção, combate e recuperação), o projeto Terramater atua diretamente sobre a recuperação dos solos mediante a formulação de corretivos do solo, preparados “à la carte”, ou seja, de acordo com o conhecimento aprofundado das condições ecológicas pós-fogo e dos processos biogeoquímicos associados à recuperação e melhoria da qualidade dos solos afetados. Mas também pretende a criação de um sistema de alerta precoce e um corpo de procedimentos para a definição de zonas críticas de risco de incêndio, com base numa rede de sensores e na elaboração de curvas de dessecação (solo e vegetação).  

Professor Felipe Macias

Espera-se que o projeto Terramater contribua para aprofundar o conhecimento dos processos pó-fogo. Está prevista a elaboração de uma serie de manuais técnicos que se espera também venha a servir de base comum para documentação normativa no âmbito da cooperação transfronteiriça na temática dos incêndios florestais, de interesse para as entidades gestoras das florestas, proteção civil e associações de produtores florestais de Portugal e Espanha.

O projeto é co-financiado pelo Programa Operacional INTERREG Espanha-Portugal (POCTEP), com uma dotação global de 1,4 M€ para 3 anos, e participam a Universidade de Santiago de Compostela (USC) (coordenador), a empresa Recursos y Valorización Ambiental (S.L.N.E), o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e a Universidade do Minho (UM).

El laboratorio colaborativo Montañas de Investigación (MORE Colab) acogió el pasado día 1 de octubre en el Ecopark Brigantia (Bragança, Portugal) las “I Jornadas del proyecto TERRAMATER: Medidas innovadoras de recuperación preventiva en áreas ardidas”. Se trata de un proyecto transfronterizo donde fueron presentadas diferentes alternativas para la recuperación de las funciones ambientales y productivas de las áreas ardidas, reduciendo las pérdidas de suelo por erosión y aumentando la resiliencia a nuevos episodios de incendios.

El proyecto Terramater es el resultado de unir los esfuerzos de Portugal y España en el sentido de una gestión sustentable de las áreas afectadas, y de activar el intercambio de experiencias llevadas a cabo a ambos lados de la frontera, como aportaciones esenciales para promover una efectiva colaboración ibérica en la lucha contra los incendios, problema que acontece recurrentemente y de modo cada vez más grave en ambos países, en especial en la Euro-región Galicia-Norte de Portugal.

Las jornadas tuvieron más de 65 participantes, representantes de 15 instituciones públicas y privadas: Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação (MORE Colab), Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN),   Comisão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Câmara Municipal de Bragança (CMB), Câmara Municipal de Mirandela (CMM), Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (ZASNET), Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), Grupos de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS/GNR),  Asociación Forestal de Galicia (AFG), Associação Agro-Florestal e Ambiental da Terra Fria Transmontana (ARBOREA), Associação Portuguesa de Ciências Forenses  (APCF), Associação Florestal Terras de Montanha (AFLOTM).

Las jornadas fueron presentadas por el profesor del IPB, Tomas de Figueiredo, responsable de las actividades a desenvolver en el distrito de Bragança, que reforzó la importancia de “conocer mejor para actuar de forma más eficaz”. Entre las actividades a desenvolver en el proyecto destacó la: i) identificación de cuestiones legales de cada país, elaboración de cartografía temática del norte de Portugal y sur de Galicia, ii) definición de parcelas piloto: caracterización física, química, microbiológica e mineralógica, iii) diseño de correctivos de suelo y fertilizantes: caracterización y realización de ensayos de campo, iv) monitorización de las parcelas y análisis de resultados. Anunció igualmente que las áreas piloto serán instaladas en breve en diferentes zonas del distrito de Bragança, siendo representativas de la tierra fría de Tras-ós-Montes.

En la presentación de las Jornadas, intervino también la directora regional del ICNF, la Arq. Sandra Sarmento, que reforzó que la problemática de los incendios en Portugal pasa por el

diálogo con la población local, lo que ha contribuido en los últimos 2 años, tras los devastadores incendios de 2017, para una mejor articulación de las instituciones públicas y privadas en la gestión de esa problemática. A continuación, el Presidente de la Cámara

Municipal de Bragança, Dr Hernâni Dias, destacó el carácter transfronterizo del proyecto, así como de la necesidad de que el proyecto contemple también las zonas no integradas en áreas protegidas ya que, al no contar con ninguna figura de protección, son las áreas más susceptibles a la ocurrencia de incendios en el distrito de Bragança. 

Las Jornadas tuvieron como ponente invitado al profesor Fernando Santos, catedrático de Edafología y Química de la Universidad de Salamanca (USA), que manifestó su preocupación por el hecho de que el suelo, siendo el principal reservorio de C de las tierras emergidas del planeta, haya sido reconocido sólo recientemente como sumidero de C por la IPCC. En este sentido, llamo la atención por el hecho de que las determinaciones de C fácilmente extraíbles de los ácidos húmicos puedan estar sobreestimadas, siendo necesario validar el C recalcitrante de los suelos.

La profesora del IPB, Felicia Fonseca, mostró de forma clara las numerosas investigaciones desarrolladas en los últimos años en el IPB sobre el impacto del fuego en los procesos y propiedades del suelo. Señaló que las mayores áreas ardidas en el distrito de Bragança corresponden con las áreas de matorral, donde los suelos están poco desarrollados, lo que eleva el riesgo de incendios post-fuego en esas áreas.

Por último, el profesor Felipe Macías, catedrático emérito de la Universidad de Santiago de Compostela (USC), destacó que de las tres etapas claves asociadas a la problemática de los incendios (prevención, combate y recuperación), el proyecto Terramater actúa directamente sobre la recuperación de los suelos mediante la formulación y evaluación de correctivos de suelo en áreas ardidas, preparados “a la carta”, o sea de acuerdo con el conocimiento profundo y local de las condiciones ecológicas pos-fuego y de los procesos biogeoquímicos asociados a la recuperación y mejoría de calidad de los suelos afectados. Además, el proyecto tendrá como resultado la creación de un sistema de alerta precoz y en conjunto de procedimientos para la definición de las zonas críticas de riesgo de incendios, con base a una red de sensores y a la elaboración de las curvas de desecación (suelo y vegetación).

Se espera que el proyecto Terramater contribuya en profundizar en el conocimiento de los procesos pos-fuego. Se prevé la elaboración de un conjunto de manuales técnicos que sirvan como base común de documentación normativa para Portugal y España en el ámbito de cooperación trasfronteriza en la temática de los incendios forestales, de interés para las entidades gestoras de los bosques, protección civil y las asociaciones de productores forestales de Portugal y España. El proyecto Terramater es co-financiado por el Programa Operacional EP  INTERREG V A España Portugal (POCTEP), con un presupuesto global de 1,4 M€ para 3 años. Y participan en el mismo la Universidad de Santiago de Compostela, España (Coordinador); Recursos y Valorización Ambiental, S.L.N.E, España, Instituto Superior de Ingeniería de Porto, Portugal; Instituto Politécnico de Bragança, Portugal; Universidad de Miño, Portugal

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